sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Conto do Velho babão


Existia um menino, existia um adolescente, existia um jovem, existia um homem, e hoje existe um velho, que sem entender direito a passagem do tempo começou a indagar o porque das coisas... Porque a gente envelhece, porque o viço da pele se transforma em rugas, porque os cabelos vão rapidamente sendo substituídos por uma massa de algodão tão alvo como a neve, porque, porque, porque...
Até que ele numa bela manhã de segunda (ou poderia ser terça, ou até mesmo um sábado de Sol) ele acorda disposto a mudar a ordem das coisas, pinta o cabelo para tirar uma onda, faz aplicação de botox, se mutila em macas cirúrgicas para voltar para os braços da eterna juventude, e começa a se jogar na balada para caçar menininhos, menininhas, travequinhas ou o que pintar em sua frente, afinal ele faz parte desse incrível mundo moderno. Conhece um belo rapazinho que poderia ser seu neto, mas não importava aquela caça pelo prazer não tinha idades, após uns 9 ou 10 conhaques tudo estava mais fácil, mais acessível, beijos são trocados e o banheiro se torna a mais aconchegante suíte para abrigar uma bela transa, após aqueles dez minutos a vertigem toma conta de sua visão, sente seu coração palpitar mais forte, os membros doem, a cabeça dói, tudo vai ficando difuso... Corre para o bar, desce mais um conhaque aí... Vai para o meio da galera na pista de dança, com o peito em chamas começa a convulsionar, ter espasmos, a boca vai arroxeando e a galera adorando a nova dança do tio legal que paga bebidas para a galera, sente seus joelhos se dobrarem, e uma lágrima escorre solitária pela sua face... Solitária a lágrima como toda a vida desse pobre velho babão... e ali no meio de uma pista de dança ele dá seu último suspiro... é pra rir????

"Até que um dia agonizou
Ajoelhado
Com a boca roxa
Enfartando na balada
E a molecada
Achando o lance engraçado
Comentando:
Olha a dança do coroa
Que piada"

(Breve Conto do Velho Babão - Jay Vaquer

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